É esquisito falar isso mas eu cansei de escrever. Não tenho mais saco pra ficar reparando em tudo por aí e escrevendo.. Era gostoso...mas e daí? Tanta coisa boa pra fazer e eu preocupado com essa página que não me levou a quase nada. Foi uma ótima tentativa mas concordo que é pura masturbação mental. "É legal ler...mas e daí? O que ele realmente sabe sobre a vida?" ou "Lá vem ele me passar o blog de novo. Nunca tive curiosidade de abrir e nem gosto tanto assim de ler" Às vezes acho que esse blog é uma descarga. "Tô puto, vou escrever no blog." Eu não preciso dividir nada do que eu penso com terceiros que provavelmente vão chegar no segundo parágrafo, clicar nos comentários e mandar um "Porra, Yan...você escreve muito bem. Beijos!" Pelo amor de Deus...sei que não existem só esses aí e me perdoem os que resolvem viajar comigo. Vocês são outra história.
Esses dias me veio à cabeça se eu não sou tão palhaço quanto um "Você está cercado por quatro mulheres agora. Uma é a sua carrasca...blá, blá, blá." da vida. (Se você tá rindo agora saiba que faz parte de um novo mundo pra mim. Parabéns) Acho que não tenho a cabeça que imagino que tenho. E essa é a real...eu sou só um metidinho a besta.
O que eu sei é que esses tempos foram ótimos e agradeço ao PAE (Pessoal de Apoio ao Ego) por ter me ajudado quando mais precisei de um afaguinho. Agradeço também aos esforçados em escrever algo legal no meu blog já que isso prova que ele tava mudando a tua cabeça um pouco. E por fim, não posso me esquecer também daqueles que rebatem minhas teorias mirabolantes com argumentos estarrecedores. Vocês são ótimos e fazem eu me sentir em casa. Não sou só eu o louco.
Não sei mais o que escrever mas sinto que o momento é solene pra você também leitor(a). Com essa experiência digo que você pode muito bem começar um blog (não hoje..faz isso amanhã, sei lá.) e mandar ver no que você sente sobre o mundo. A sensação de estar postando uma verdade absoluta que ninguém tinha percebido ainda. Mostrar qual é a sua e saber que é grande o bastante pra ser escrito, não falado. Tudo isso é muito bom mas já deu. Tá aí a dica e acho que é só isso mesmo. Um "tchau" seguido de um "até breve" pra todos vocês.
É mentira...eu vou continuar escrevendo.
domingo, 30 de setembro de 2007
domingo, 23 de setembro de 2007
Atributos e Aptidões (ou "Trabalho de Português")
Para plena compreensão desse é necessária a leitura prévia do conto de Drummond de Andrade chamado "Miguel e seu furto" que está à página 101 da obra "Contos de Aprendiz", editora Record.
O conto narrado em terceira pessoa fala sobre a história de Miguel, rapaz de grandes talentos e atributos, mas sem nenhuma aptidão. Adorado pela família, tinha "tranquila identificação com o mundo" segundo o autor. Porém, não conseguindo nenhuma atividade lucrativa e sendo constatado pela família que carecia de aptidão, os comentários começaram a sumir até virarem uma mera consideração abstrata. Era sustentado por um tio contrabandista, um irmão jogador e pela simpatia coletiva. Mas os parentes perderam seus "negócios" e e "o dom da simpatia humana murchou um pouco pelo mundo".
Miguel estava sozinho e estava no mesmo caminho em que pessoas nervosas pensam no suicíduo até que lendo notícias em jornais numa banca teve uma brilhante idéia: Iria roubar o mar. Drummond, através de uma inigualável comparação justifica o "crime" de seu protagonista. Peço que o trecho à seguir seja lido com muita atenção para que "se pegue o espírito da coisa":
"Furtar é ato mental, como qualquer outro, em que a deliberação ou intenção prevalece sobre as medidas complementares de execução. O tesoureiro que furta de uma estrada de ferro não leva para casa trilhos e locomotivas, mas só uma sutileza socrática ou um materialismo rombudo, que afinal se equiparam, poderão sustentar que tais objetos não tenham sido furtados na essência, porquê o não foram na aparência."
Dada minha humana ignorância tive que ler esse trecho cerca de oito vezes até entender direitinho. Mas a sacada do Miguel era essa: "Furtar" é um ato completamente simbólico à partir da consideração sobre o item furtado. O mar não era de ninguém, logo, Miguel pegou o mar pra ele. Não era exatamente um crime, era um insight. Mas não quero falar sobre o insight agora.
Miguel que era um "Zé-Ninguém" da vida, tinha toda a extensão do mar só pra ele. Aquele bostinha agora mandava e desmandava em todo o oceano e logo implantou uma regra: Pessoas não podiam fazer excursóes turísticas em navios ou entrar no mar por lazer. Apenas embarcações comerciais poderiam trafegar mar-adentro. Miguel ganhava toneladas de dinheiro com seu novo negócio até que o imprevisível aconteceu. Uma criança de sete anos saiu desembestada de lugar álgum, correu em direção ao mar e lançou-se à água. Tal atitude foi olhada com perplexidade pelas pessoas que começaram a amontoar-se vendo a criança se esbaldar naquela grande propriedade particular de Miguel. Então outro moleque pulou também, e outro rapaz, e mais uma moça. Todos estavam novamente lá e os planos de Miguel foram interrompidos. Porém não saiu de mãos abanando. Já havia ganho muito dinheiro que daria para o resto de sua vida e passou a dedicá-la (por nostalgia) a uma coleção de conchinhas, hábito adquirido dos tempos em que o mar era seu.
Tá...o que Drummond quis passar além da idéia de ter uma "criação-original-divina" em suas próprias mãos?
Miguel poderia ser um rapaz sem aptidão alguma. Mas de maneira nenhuma era um sujeito genérico. Era dotado de pensamento ímpar que o levou à sua brilhante idéia de furtar o mar. Para pessoas como Miguel não é preciso caçar oportunidades por aí. Elas aparecem de uma vez embaralhadas e o sujeito monta a idéia revolucionária, o insight que eu deixei de falar dois parágrafos acima. "Foda-se a aptidão. Meu nome é "Idéia"" poderia ser o raciocínio de Miguel. Apesar de desacreditado, ele resolveu sua vida em bem menos tempo que teve sua credibilidade manchada por ser um cônviva de atributos e não de aptidões.
Mas logo constatou-se que isso era mais um fato que uma fofoca familiar, já que Miguel teve uma brilhante idéia que no fim não soube administrar. Azar o dele e sorte a nossa de ainda poder nadar por aí sem pagar qualquer taxa. Mas até quando?
FIM
Sonia, te amo!
O conto narrado em terceira pessoa fala sobre a história de Miguel, rapaz de grandes talentos e atributos, mas sem nenhuma aptidão. Adorado pela família, tinha "tranquila identificação com o mundo" segundo o autor. Porém, não conseguindo nenhuma atividade lucrativa e sendo constatado pela família que carecia de aptidão, os comentários começaram a sumir até virarem uma mera consideração abstrata. Era sustentado por um tio contrabandista, um irmão jogador e pela simpatia coletiva. Mas os parentes perderam seus "negócios" e e "o dom da simpatia humana murchou um pouco pelo mundo".
Miguel estava sozinho e estava no mesmo caminho em que pessoas nervosas pensam no suicíduo até que lendo notícias em jornais numa banca teve uma brilhante idéia: Iria roubar o mar. Drummond, através de uma inigualável comparação justifica o "crime" de seu protagonista. Peço que o trecho à seguir seja lido com muita atenção para que "se pegue o espírito da coisa":
"Furtar é ato mental, como qualquer outro, em que a deliberação ou intenção prevalece sobre as medidas complementares de execução. O tesoureiro que furta de uma estrada de ferro não leva para casa trilhos e locomotivas, mas só uma sutileza socrática ou um materialismo rombudo, que afinal se equiparam, poderão sustentar que tais objetos não tenham sido furtados na essência, porquê o não foram na aparência."
Dada minha humana ignorância tive que ler esse trecho cerca de oito vezes até entender direitinho. Mas a sacada do Miguel era essa: "Furtar" é um ato completamente simbólico à partir da consideração sobre o item furtado. O mar não era de ninguém, logo, Miguel pegou o mar pra ele. Não era exatamente um crime, era um insight. Mas não quero falar sobre o insight agora.
Miguel que era um "Zé-Ninguém" da vida, tinha toda a extensão do mar só pra ele. Aquele bostinha agora mandava e desmandava em todo o oceano e logo implantou uma regra: Pessoas não podiam fazer excursóes turísticas em navios ou entrar no mar por lazer. Apenas embarcações comerciais poderiam trafegar mar-adentro. Miguel ganhava toneladas de dinheiro com seu novo negócio até que o imprevisível aconteceu. Uma criança de sete anos saiu desembestada de lugar álgum, correu em direção ao mar e lançou-se à água. Tal atitude foi olhada com perplexidade pelas pessoas que começaram a amontoar-se vendo a criança se esbaldar naquela grande propriedade particular de Miguel. Então outro moleque pulou também, e outro rapaz, e mais uma moça. Todos estavam novamente lá e os planos de Miguel foram interrompidos. Porém não saiu de mãos abanando. Já havia ganho muito dinheiro que daria para o resto de sua vida e passou a dedicá-la (por nostalgia) a uma coleção de conchinhas, hábito adquirido dos tempos em que o mar era seu.
Tá...o que Drummond quis passar além da idéia de ter uma "criação-original-divina" em suas próprias mãos?
Miguel poderia ser um rapaz sem aptidão alguma. Mas de maneira nenhuma era um sujeito genérico. Era dotado de pensamento ímpar que o levou à sua brilhante idéia de furtar o mar. Para pessoas como Miguel não é preciso caçar oportunidades por aí. Elas aparecem de uma vez embaralhadas e o sujeito monta a idéia revolucionária, o insight que eu deixei de falar dois parágrafos acima. "Foda-se a aptidão. Meu nome é "Idéia"" poderia ser o raciocínio de Miguel. Apesar de desacreditado, ele resolveu sua vida em bem menos tempo que teve sua credibilidade manchada por ser um cônviva de atributos e não de aptidões.
Mas logo constatou-se que isso era mais um fato que uma fofoca familiar, já que Miguel teve uma brilhante idéia que no fim não soube administrar. Azar o dele e sorte a nossa de ainda poder nadar por aí sem pagar qualquer taxa. Mas até quando?
FIM
Sonia, te amo!
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Relacionamentos saudáveis, parte 1 de ?.
O ciúme.
Ciúme é aquela indignação em achar que talvez haja algum envolvimento maior que o que você pode tolerar entre a pessoa que está com você e a "inha"... ou o "inho".
Isso parte da idéia metonímica que aquela pessoa que está com você é sua. Foi ao supermercado, escolheu aquele que gostava mais, passou no caixa, botou na sacola e foi pra casa. É im-per-do-á-vel que teu cônjuge tenha uma boa amizade com pessoas do sexo oposto. Afinal, ele tá ali pra te amar e não pra ficar de conversinha com a "inha".
O ciúme é algo que cresce em paralelo com uma certa paranóia. É o ciúme contido. Que começa com um simples "quem é ele?", envolve um "o que vocês tanto conversam?", até que finalmente chega no "você já teve alguma coisa com ela?". Mas tudo numa boa. Você insiste em não mostrar nenhuma importância. Afinal, é só um amigo dela.
Mas a situação continua e a sua inquietação aumenta. Passa a ser um ciúme-espião. Aquele em que você pesquisa a vida do sujeito. "De onde ele vem?", "da onde eles se conhecem?" são as primeiras perguntas que vem à sua mente. Mas logo depois você se vê num estado de paranóia. Ela fala pra você "vou sair com ele" e você já retruca um "não!". Mais por instinto do que por qualquer outra coisa. Mas você é flexível e deixa. A dúvida que você não queria na sua cabeça aparece: "será que rola alguma coisa?"...e da-lhe fuçada no orkut. Ah, esse orkut, que fode tanto a vida de todo mundo. A vida era ótima quando essa ferramenta não existia. Mas, enfim...
Eles ficam de conversinha no telefone e você já não suporta essa situação. Começa a "guerra fria". Você tenta enfiar coisas na cabeça dela, sabendo que isso não vai adiantar. Mesmo assim você tem uma esperança. Ele tornou-se uma ameaça e você precisa combatê-la. É a hora dos joguinhos e você tenta uma aproximação com ele. Porra, você quer saber qual é a do cara com a tua mulher. E é aí que a situação foge do seu controle. Sua cabeça vai a milhão a cada telefonema, a cada scrap, a cada cumprimento. Você precisa tomar uma atitude, seus joguinhos não deram certo, suas mentiras foram por água abaixo. Mas ela é SUA e você quer fazer o impossível pra banir essa ameaça do seu relacionamento.
E é nessa hora que você explode. Grita com todo mundo, quer sair na porrada, quer falar palavrão até não acabar mais. Isso só piora a situação. "Oh, meu Deus. O que eu faço agora?" Simples. Você OBRIGA a tua namorada a parar de falar com ele. E sabe o que ela faz? Aceita. É mais barato abaixar a cabeça. Você foi um babaca mas conseguiu o que queria. Parabéns.
Esse é o ciúme. "Foda-se se eles tem ou não alguma coisa...eu não gosto disso e acabou" é a idéia. Atitude que quando repetida várias vezes nos leva à parte 2 de "Relacionamentos saudáveis".
Dedicado ao Paulo, o rapaz que conseguiu o que queria.
Ciúme é aquela indignação em achar que talvez haja algum envolvimento maior que o que você pode tolerar entre a pessoa que está com você e a "inha"... ou o "inho".
Isso parte da idéia metonímica que aquela pessoa que está com você é sua. Foi ao supermercado, escolheu aquele que gostava mais, passou no caixa, botou na sacola e foi pra casa. É im-per-do-á-vel que teu cônjuge tenha uma boa amizade com pessoas do sexo oposto. Afinal, ele tá ali pra te amar e não pra ficar de conversinha com a "inha".
O ciúme é algo que cresce em paralelo com uma certa paranóia. É o ciúme contido. Que começa com um simples "quem é ele?", envolve um "o que vocês tanto conversam?", até que finalmente chega no "você já teve alguma coisa com ela?". Mas tudo numa boa. Você insiste em não mostrar nenhuma importância. Afinal, é só um amigo dela.
Mas a situação continua e a sua inquietação aumenta. Passa a ser um ciúme-espião. Aquele em que você pesquisa a vida do sujeito. "De onde ele vem?", "da onde eles se conhecem?" são as primeiras perguntas que vem à sua mente. Mas logo depois você se vê num estado de paranóia. Ela fala pra você "vou sair com ele" e você já retruca um "não!". Mais por instinto do que por qualquer outra coisa. Mas você é flexível e deixa. A dúvida que você não queria na sua cabeça aparece: "será que rola alguma coisa?"...e da-lhe fuçada no orkut. Ah, esse orkut, que fode tanto a vida de todo mundo. A vida era ótima quando essa ferramenta não existia. Mas, enfim...
Eles ficam de conversinha no telefone e você já não suporta essa situação. Começa a "guerra fria". Você tenta enfiar coisas na cabeça dela, sabendo que isso não vai adiantar. Mesmo assim você tem uma esperança. Ele tornou-se uma ameaça e você precisa combatê-la. É a hora dos joguinhos e você tenta uma aproximação com ele. Porra, você quer saber qual é a do cara com a tua mulher. E é aí que a situação foge do seu controle. Sua cabeça vai a milhão a cada telefonema, a cada scrap, a cada cumprimento. Você precisa tomar uma atitude, seus joguinhos não deram certo, suas mentiras foram por água abaixo. Mas ela é SUA e você quer fazer o impossível pra banir essa ameaça do seu relacionamento.
E é nessa hora que você explode. Grita com todo mundo, quer sair na porrada, quer falar palavrão até não acabar mais. Isso só piora a situação. "Oh, meu Deus. O que eu faço agora?" Simples. Você OBRIGA a tua namorada a parar de falar com ele. E sabe o que ela faz? Aceita. É mais barato abaixar a cabeça. Você foi um babaca mas conseguiu o que queria. Parabéns.
Esse é o ciúme. "Foda-se se eles tem ou não alguma coisa...eu não gosto disso e acabou" é a idéia. Atitude que quando repetida várias vezes nos leva à parte 2 de "Relacionamentos saudáveis".
Dedicado ao Paulo, o rapaz que conseguiu o que queria.
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