domingo, 26 de agosto de 2007

Quarto desabafo.

Achei que só ia escrever aqui terça...mas não aguentei. Radiohead, madrugada, Radiohead, fossa.
Não pretendo refletir pra escrever agora...só quero desabafar o que tá aqui dentro. Fodam-se a contextualidade, a concordância, a ortografia e o magnetismo textual. Cigarro.
Conheci a um ano e pouco atrás alguém que mudou a vida das pessoas que encontrou. Era um cara iluminado. Alma velha. Se preocupava com todo mundo...MUITO...não aquela preocupação "você tá bem?", "tô", "então tá bom"...era um "cê não tá bem..por que?". Ele sentia tudo isso. Tava um passo na minha frente. Um passo na frente de todo mundo. A alma dele era um pouco menor que o Perú, um pouco maior que o Uruguai. Era um cara extremamente diferente de tudo que eu já tinha conhecido.
Minha amizade com ele foi a mais sincera do mundo. Tenho certeza que nunca vou encontrar uma igual. Era aquela sintonia. Aquele quê de Huguinho, Zezinho e Luisinho era do caralho. DO CARALHO. Alguém que me ensinou muito mais que qualquer professor de matemática. Se vocês gostam do Yan que conhecem hoje, boa parte agradeçam a ele. Existia um puta conflito lá dentro e eu não tive tempo pra descobrir qual era. E que tempo curto. Que tempo curto. Que tempo curto.
Patrick, você foi um pai, um irmão, uma tia..tudo cara!...CACETE! Por quê você foi embora? Cadê nossos projetos? Cadê as discussões sobre cinema. Cadê o Almodóvar? Cade nossos desabafos? Nossos planos de dominar o mundo? EU TENHO CERTEZA QUE VOCÊ TÁ AQUI ATRÁS DE MIM LENDO TUDO ISSO. Cadê a gente chegando atrasado na quarta aula porquê demorou muito no Pacaembú? Você faz mais falta que meu pai aqui. Por quê tão pouco tempo? Cê podia pelos menos esperar eu conhecer a Rita. Ia ser foda a gente junto. Mas tua missão acabou e eu respeito isso. Nem hora extra você fez. Que egoísmo!
Torço pra qualquer um de vocês que chegou a esse parágrafo conheçam alguém como eu conheci. Mas torço mais ainda que essa amizade dure anos. Séculos. Sei lá.
Uma amizade boa são duas velhinhas se segurando pra não cair na rua. Parando pra fofocar. Parando pra descansar. Parando pra fofocar de novo e demorando uma hora hora pra chegar em casa. Mas a velhinha aqui ficou sozinha. Caiu...e aprendeu a andar sozinha. Mas ia ser muito bom continuar fofocando com você. Como eu queria não ter te devolvido a Vênus de Smilo...aquilo era você, Pat...mas teu e-mail ainda tá aqui no mural, como você pode observar.
Saudades que apertam o coração demais. Mas vou fazer o que? Eu queria tanto segurar tua mão. Mas eu não tava lá.
Um grande beijo na boca pro melhor amigo que tive e vou ter pro resto da minha vida.
É isso aí, gente. Tchau.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

A maçã.

Voltei, enfim.

Li um dia desses um texto que em suma dizia o seguinte: "Existem dois tipos de maçãs. Aquelas que caíram da árvore e são de fácil acesso. E existem aquelas maçãs do topo da árvore, inalcançáveis, inatingíveis e mais difíceis de se conseguir. No caso, o indivíduo deveria se esforçar pra alcançar aquela maçã. Porém insistimos em pegar as do chão, pois é um meio mais rápido e prático de se conseguir uma. Não que vá ter a mesma essência ou ser igualmente gostosa. Mas e daí? É uma maçã."
Tá. Pegou o espírito da reflexão sobre a maçã? Imagine, pra variar, que eu tenho uma "re-reflexão" sobre a história da maçã. Vamos lá.
O indivíduo se depara com a oportunidade de poder subir aquela árvore e conseguir a maçã mais alta. Ele vê que de certo modo é possível. Poxa! Nada é impossível. Então ele se dispõe a fazê-lo, sem levar em conta condições adversas.
Ele começa a subir a árvore e se vê enfrentando vários desafios até que ele está a um metro da tão esperada maçã. Então, algo estranho acontece. Um vento forte se choca com a árvore, a maçã dança de um lado pro outro presa, mas visivelmente pouco firme. A maçã cai todo o caminho percorrido pelo esforçado indivíduo e se espatifa no chão.
Nesse exato momento, o que a maçã se torna? Veja bem. Você percorreu todo aquele caminho na esperança de conseguir o que queria e de repente olha pra baixo e vê purê de maçã.
O homem não ficou nervoso por a maçã ter caído, mas sim por ela ter virado uma maçã comum. Talvez era viável que ele só se sentasse embaixo da árvore e esperasse a maçã cair. Mas ele tinha pressa e sabia porquê tinha pressa. Se não a pegasse lá em cima não seria a mesma coisa. Resolveu agir, mas era tarde demais.
Agora imagine que aquele homem já tinha uma maçã do topo mais alto, da macieira mais alta e homérica guardada no bolso. Ele imaginava que talvez, aquela outra maçã que ele viu lá em cima era mais gostosa que a que ele tinha. Ganância da parte dele?
Tirando as especulações do último parágrafo, que são muitas e implícitas, a história é essa.
Minha conclusão parte do príncipio que nenhuma maçã fica lá em cima pra sempre. Ela amadurece e cai. Cabe ao indivíduo ter a mira certeira e pegá-la antes que se espatife no chão, já que caiu de um lugar tão alto. Por mais que a maçã tenha medo de ser comum e demonstre que merece ficar lá em cima, não vale a pena estar nessa condição. O barato da vida é esperar a chance de cair em alguma mira certeira. Por mais especial e mais alta que esteja, só vai ser boa de comer quando amadurecer.

Mas agora é só purê.

___________________________________________________________________

Achei completamente sem sentido minha tal "re-reflexão", mas eu precisava TANTO colocar isso aqui que não resisti.

Que saudade que eu tava de escrever aqui.